quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A NOÇÃO DE ESTADO EM ÁFRICA

Durante esta semana estava pensar: “Apesar da Cooperação Internacional, o peso da dívida externa e as políticas de ajustamento estrutural têm constituído sérios constrangimento e provocado graves distorções ao processo de desenvolvimento económico das sociedades africanas”. Dai que partilhei com alguns dos meus amigos Félix, Lino, e vimos que dentre vários pontos que estão na base do meu pensamento, “Uma Boa Noção de Estado em África” pode diminuir determinados problemas que assola esta continente, conhecido também como – O Berço da Humanidade.
ESTADO: enquadramento teórico

A forma do Estado é um determinado método de organização e de realização do poder estatal num determinado território o que se revela na estrutura e relações entre os órgãos do Estado e as regiões que a compõem e nos métodos de actividade do aparelho do Estado. Entre as várias funções do Estado, tenho a frisar a função jurídica, que visa a criação de norma jurídica, execução das normas do direito destinados a preservar as normas dos direitos; função não jurídica, consiste nos tipos de actividades de mecanismo estatais que não se encontram nas respectivas normas jurídicas, como exemplo, o trabalho organização promovidas pelos órgãos estatais. Estas funções de Estados realizam-se por meio de diversos métodos, alguns dos quais são comuns para todas as funções e outros são inerentes somente algumas destas funções. Dentro das funções jurídicas estão presentes as funções legislativas, executivas e judiciais. Nas funções não jurídicas estão presentes as funções políticas e funções técnicas
[1].
Segundo a natureza do Estado, África tem uma geografia extensa, um povo e um território, e neste território o Estado exerce o poder político, dever político, quer colectivo, quer uma nação organizada. Esta é uma realidade desde que os seus países se tornaram independentes e os seus objectivos passam necessariamente pela Segurança, pela Justiça e pelo Bem-Estar social.
Estes três objectivos de cada Estado (segurança, justiça e bem-estar social), no contexto da crise da dívida externa dos países africanos, tenho a salientar que a segurança, justiça e bem-estar social são três elementos essenciais que não deveriam faltar num país, desde que haja pessoa humana.
A segurança num país dá tranquilidade e confiança no existir diário. Ela ajuda os cidadãos a viverem as suas liberdades, garantindo-lhes a liberdade e a firmeza existencial.
A justiça é um bem social cuja realização ajuda os cidadãos a cumprirem os seus deveres e a gozarem dos seus direitos.
O bem-estar social é o efeito normal, mais lógico e imperativo da presença e da concretização da segurança e da justiça num país habitado por pessoas.
Nos países africanos, os Estados tencionam garantir o bem-estar social dos cidadãos, procurando implantar a segurança e a justiça nos respectivos países. Contudo, as circunstâncias históricas e as vicissitudes dos tempos forçam os governantes a arriscarem-se na procura das condições que permitam a vivência da justiça em segurança. Em atenção a isso, às vezes, eles são obrigados a recorrerem às Instituições estrangeiras a fim de pedirem ajuda económico-financeira.
Porém, nem sempre os governantes africanos são bem sucedidos; acho eu, e disso estou convencido, que eles desejam fazer o bem para as populações africanas, mas não são capazes de o fazer. É lamentável. O culpado e as razões desse insucesso são claras e óbvias: ‘a pobreza, as dificuldades na gestão, a falta de segurança, da justiça e do bem-estar que abalam as populações dos Estados africanos, infelizmente assolam também, de uma forma profunda, os próprios governantes. Por isso, não é fácil deixar o óbito da mãe em casa para ajudar o vizinho a chorar a sua esposa’. Daí a razão da existência das dívidas externas, das guerras e dos outros males sociais nos Estados africanos, cujo controle escapa às capacidades dos actuais governantes africanos e reclama a mão mais séria e a cabeça mais erguida dos jovens africanos. Porém, ‘quando um pássaro não consegue controlar o seu ninho, os seus ovos acabam por enriquecer as galinhas domésticas’.
Será que é a falta da noção de Estado em África? A meu ver, os Estados africanos têm uma independência formal e não material, são autónomos e sendo autónomos são uns Estados como quaisquer outros. A ser assim, o que poderá estar em causa, não é a noção dos próprios Estados mas sim os seus desenvolvimentos e rever as suas funções e os seus objectivos!!!!
EL BV – HAJA PAZ.

A LEMBRANÇA DA GUERRA NO IRAQUE, SEM RAZÕES !?!


Quero partilhar convosco o fabuloso comentário de alguém que visitou o meu blog e sentiu-se comovido no artigo (THE IRAQ WAR WAS A WAR OF CHOICE, NOT NECESSITY). Na sua opinião a invasão do Iraque pelos os EUA, é uma invasão sem necessidade e sem escolha. Os EUA não tiveram e continuam a não ter motivos para tal. Porquê? A assídua visitante e a inesquecível amiga Dra Alex, responde:
"Falamos das razoes para os EUA atacarem o Iraque...que razoes...a democracia...bombas...sera que se lembram de que exitem estudos que demonstram que nao exitem bombas em solo Iraquiano...democracia, que democracia se nem os proprios EUA vivem numa democracia perfeita??? E eu pergunto independentemente das razoes apresentadas ao mundo o que é que ligitima a guerra? O que é que justifica matar, tirar a vida, deixar crianças orfãs, pessoas desempregadas, o que é que justifica a destruição de um país, a democracia que não existe? A democradia que nao foi implementada ainda hoje?
Hoje fala-se de conspiração quando se refere ao 11 de Setembro...e existem argumentos bastante convincentes...necessidade ou escolha...Necessidade de mostrar o seu poder económico e militar, de acabar com o terrorismo, de mostrar que têm poder para que as ameaças acabassem, para destruir as redes de terrorismo e eu pergunto e conseguiram...a resposta é nao...entao não havia necessidade!Depois existe ainda a afirmação de que a guerra aconteceu por causa dos poços de petróleo e eu digo...o petroleo daqui a nada acaba e de que é que vai servir terem os poços de petroleo...em vez de se preocuparem em criar recursos sustentáveis para melhorar as condiçoes ambientais...nao, andam atrás de poços de petroleo que de uma maneira ou de outra não sao o mais viável nem para o ambiente, nem para a economia a longo prazo.Acho portanto que esta guerra serve para duas coisas, 1ª matar pessoas e destruir países, 2ª deixar de acreditar até nos países com maior poder do mundo! Porque afinal a democracia desejada nao existe e as pessoas hj vivem pior no Iraque que quando Hussein governava. A nível económico, político e mesmo a nível da segurança e estabilidade.
Cada vez acredito mais que a política tem de mudar no sentido de deixar de esquecer as pessoas que estão por trás de sua própria invenção.Por fim acredito que os EUA deviam preocupar-se mais com a estabilidade do seu próprio país que é cada vez mais injusto e desigual do que com a justiça internacional que é vista pelos EUA pelos seus olhos e não pelos olhos da verdadeira necessidade desses países." Obrigado amiga pelo teu comentário...Não tenho receio em te dizer que tens muito pela frente ou seja um futuro brilhante. A recordação é algo indispensável no mundo dos vivos. Saiba que a África te espera para a missão do seu sonho. Compreensão, compreensão, compreensão. Porque não me compreendem? Não é nada disto...eu tento, mas não sei se...
EL BV "HAJA PAZ"

O QUE PENSAR DAS TECNOLOGIAS NA 1ª GRANDE GUERRA MUNDIAL?

1. A PRIMEIRA GRANDE GUERRA MUNDIAL

O presente ensaio centra-se na análise do impacto da evolução tecnológica na Primeira Grande Guerra Mundial, o conflito que inaugurou o século XX, e a par disto, os condicionantes geoestratégicos que determinaram a subida dos EUA no mundo em termos económicos, poderio militar e inovação produtiva e por outro lado, o enfraquecimento europeu.

A Primeira Guerra Mundial decorreu, antes de tudo, das tensões advindas das disputas coloniais. Além disso, dos vários factores que desencadearam o conflito destacam-se o revanchismo francês, a questão da Alsácia-Lorena, a questão Balcânica e a corrida anglo-germânica.
Segundo fontes escritas, “este conflito mundial ocorreu entre Agosto de 1914 e 11 de Novembro de 1918, entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, França e até 1917 Rússia e depois os EUA) que derrotou a Tríplice Aliança (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império-Otomano)”[1]. É indispensável referir as rivalidades entre as potências europeias, porque foram estas rivalidades que tiveram expressão no aparecimento dos blocos acima mencionados. Isto aconteceu no espaço geoestratégico europeu, onde existiam países com fórmulas políticas diversificadas e grandes impérios, constituídos por agentes de língua e cultura diferentes. A guerra causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geopolítico da Europa e do Médio Oriente. Foi uma guerra de mistura tecnológica do século XX com tácticas do século XIX, e estiveram envolvidos aproximadamente cerca de 65 milhões de soldados. Um dos motivos que originou esta guerra “foi o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, dia 28 de Junho de 1914, pelo sérvio Príncip, que pertencia ao grupo nacionalista – terrorista armado Mão Negra, que lutava pela unificação dos territórios que continham sérvios. O assassinato desencadeou os eventos que rapidamente deram origem à guerra, mas as verdadeiras causas são muito complexas. Vários historiadores e políticos têm discutido esta questão por quase um século sem chegar a um consenso”[2]. O assassinato do herdeiro do império Austro-húngaro, foi apenas um pretexto para que todas estas contradições entrassem em choque.
Ainda na base dos motivos da guerra, estão rivalidades territoriais, e económicas, uma vez que a Inglaterra sendo a potência mais poderosa da época, se sentia ameaçada pelo crescimento económico da Alemanha que se baseava numa oferta de melhor qualidade e inovação. Consequentemente, surgiram choques psicológicos, uma vez que a Alemanha se apresentava mais motivada para um papel de liderança mundial, enquanto que a Inglaterra percebia as evidências da sua perda de prestígio.


2. O IMPACTO DA EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA NA PRIMEIRA GRANDE GUERRA MUNDIAL

Perante a situação da evolução tecnológica e do que foi dito no ponto um, a Primeira Guerra Mundial destruiu impérios, a guerra tornou-se mais mortífera ou seja, a morte de pessoas aos milhões, e em simultâneo, foi uma guerra mais rápida (embora a guerra tenha sido longa), o que justificava fins políticos entre as nações envolvidos. Para além das destruições, a guerra gerou no continente europeu uma instabilidade politica que permitiria o aparecimento de doutrinas radicais de esquerda e de direita, que seriam as principais forças vertentes do conflito seguinte.
Ao contrário da segunda guerra, o conflito de 1914-1918 não possui um demolidor determinado. Todas as nações estavam empenhadas numa corrida armamentista e numa disputa por colónias, alimentadas por um nacionalismo exacerbado, que com certeza, levaria à guerra. Sem ter medo de soar fatalista, o facto é que a guerra era inevitável. Mas ninguém tinha sequer uma vaga ideia das suas dimensões e das suas consequências.
Entretanto, o impacto da Primeira Grande Guerra Mundial foi enorme. Porque os dois blocos foram estratégicos, souberam ligar o mundo político e o mundo militar; e os mesmo blocos, entraram na fase da chamada guerras das trincheiras, ou seja tiveram que parar ambos porque a capacidade de fogo era idêntica. Então houve um esforço de investigação tecnológica, quer do lado aliado (França e Inglaterra) quer do bloco Alemão, no sentido de inventarem possíveis soluções para ultrapassarem o impasse em que estavam as tropas. Daí a que em termos estratégicos, se tenha aperfeiçoado a metralhadora, apareceram os morteiros e os obuses, surgiram os gases tóxicos, o carro de assalto e o submarino. Consequentemente as inovações tecnológicas aconteceram para serem usadas em terra, mar e ar, aqui neste último caso desenvolvendo-se o avião de combate. Estas tecnologias, quando a guerra acabou foram adaptadas às necessidades civis, por exemplo, aproveitou-se do carro de assalto a tracção integral que hoje equipa os Jipes. O correcto é que, independentemente da duração da Primeira Guerra Mundial, se chegou ao empate tecnológico entre os dois lados, o que dificultava qualquer movimento.
A nível da geopolítica e geoestratégia, o impacto é que depois da guerra, facilmente se constatou o enfraquecimento europeu, e a subida de importância dos EUA. A América torna-se a potência liderante do mundo em termos da oferta económica, da inovação produtiva e do poderio militar. A América soube definir e condicionar as suas actividade estratégicas para com os outros países, porque com a Primeira Grande Guerra os outros países perderam população, território e perderam a capacidade de liderança a todos os níveis. Dentro da linha de definição de “estratégia”[3] de John H. Collins os EUA, usaram a força e a diplomacia no momento certo e tendo como objectivo a sua segurança.
Por isso, a Primeira Guerra Mundial, inaugurou o século XX. Esta guerra tem uma importância tão grande quanto a Segundo, embora, muitas vezes não tinha sido muito bem estudada e aprofundada. Entretanto, já se foram mais de oitenta anos desde que se pôs fim a este conflito, que tanto contribuiu decisivamente para a destruição de uma ordem mundial politica, económica, social e cultural que prevalecia desde 1789. As inovações tecnológicas, os tanques de guerra, os aviões, as armas químicas, a metralhadora e o submarino, fizeram com que a visão romântica e heróica da guerra acabasse de modo brutal. El BV "HAJA PAZ".

[3]ESTRATÉGIA “como arte e ciência de empregar o poder nacional em todos as circunstâncias, para exercer os tipos e os graus desejados de controle sobre o oponente (a diversão) através da força, ameaças, pressões individuais, diplomacias, e outros meios a fim de satisfazer os interesses e os objectivos de segurança” John H. Collins, “La Gran Estratégia”, Buenos Aires, Circulo Militar, 1975, p.34.

A PRESENÇA CHINESA EM ÁFRICA (Maio de 2007)

A minha análise deste artigo consiste na evolução das relações comerciais entre a China e África, tendo em conta os números da última década, para ser bem visível o enorme crescimento das mesmas.

O Boletim da Fundação Portugal África - Observatório de África nº4, Fevereiro, sublinha que desde 2000, as relações comerciais entre os dois blocos aumentaram 268%. A maioria dos acordos assinados incide sobre a vertente energética, com 25% da produção angolana de petróleo a destinar-se à China, assim como 30% da produção da Nigéria, Gabão e Guiné Equatorial. E o mais recente fórum realizado foi o de 5 de Novembro de 2006, III Fórum de Cooperação China-África. Este fórum teve como interesse demonstrar ao Ocidente que a China e os países africanos podem sobreviver e desenvolver-se, independentemente dos condicionalismos impostos por norte-americanos e europeus. Ainda na mesma vertente, a China assinou contratos comerciais com vários países africanos avaliados em 1.9 mil milhões de USD, nomeadamente com o Egipto (produção de alumínio); África do Sul (na produção mineira); Nigéria (construção de infra-estruturas); Sudão (têxteis); Gana (renovação do sistema telecomunicações); Zâmbia (na exploração de cobre); e Cabo Verde (na construção de uma fábrica de cimento). Em troca de tudo isto, foi adoptado um Plano de Acção para os próximos 3 anos, 2007-2009, nas áreas de cooperação política - na criação de mecanismos de consulta regulares a nível ministerial entre as partes. Para além das relações entre países, pretende-se estimular as relações entre a China e União Africana e entre o Fórum de Cooperação NEPAD; na cooperação económica e comercial, a China pretende promover investimentos de companhias chinesas em África no valor de 5 mil milhões de dólares, reforçar o apoio na área agrícola, na construção de infra-estruturas, nomeadamente transportes, telecomunicações, fornecimento de água e energia, apoio à exploração de recursos energéticos africanos; na área da cooperação internacional, harmonização das oposições as partes sobre as grandes questões internacionais, nomeadamente, a prossecução dos ODM, reforma da ONU e combate ao terrorismo; na área do desenvolvimento social, a China pretende reduzir a dívida externa dos países africanos à China, empréstimos de dinheiro, consturções de escolas, hospitais, o alargamento do turismo, etc...

Perante toda esta oferta, recordo-me do velho ditado (quando a esmola é grande até o pobre desconfia). É verdade, muito verdade e uma verdade a ter em conta e atenção. É verdade que a China tem mão-de-obra barata, produtos baratos e enfim..., e os governantes africanos como querem gastar menos e o resto vai para os seus bolsos, eles aproveitam-se dessa tamanha oferta. Não me assusto ao saber que a China não tardará em ser uma grande potência mundial, pelo que tem feito até agora.

No meu ponto de vista, dentre as muitas coisa boas que a China pretende em África, a sua política não passa dum neocolonialismo. Trata-se de uma colonização em pleno século XXI no sentido mais próprio do termo colonização e não uma parceria a ter em conta a 100%. Custa-me acreditar que a China só está assinar protocolos com África no âmbito do domínio de matérias primas. Isto é um neocolonialismo humano que passa sobretudo pela transferência de pessoas chinesas, tentando diminuir o excesso da sua população. A cada dia que passa muitos chineses são plantados em África, levando alguns consigo as famílias e fixando-se lá. Uns vão e não voltam para a China e outros são substituídos. Por exemplo em Angola, perderam-se os dados numéricos dos chineses. Segundo fonte da Courier Interantional, Abril de 2006, dados de 2005, em termos demográficos e económicos, a China apresenta o seguinte: Área (quilómetros quadrados) - 9.591.000; População- 1.307.400.000**; População Urbana- 41,8%; Taxa de Desemprego- 4,2%; Rendimento Per Capita(USD)- 6.208**; PIB(Milhões USD)- 1.911.700**. Crescimento PIB- 9,3%**; Inflação- 1,9%**; Importações(Milhões USD)- 532.700*; Exportações(Milhões USD)- 572.800*; Investimento Estrangeiro(Milhões USD)- 60.300**. Neste entretanto, a China e a Índia juntas prefazem um terço da humanidade. A China está tão saturada que precisa de assinar muitos protocolos no domínio de matérias primas, assim como tem que mandar recursos humanos para muitos países africanos.

Como africano, estou muitíssimo preocupado com esta situação. Espero que África se aperceba disto o mais rápido possível na pessoa dos seus governantes. Talvez eu esteja enganado nesta minha análise (...). Daqui a meia dúzia de anos, pois, veremos o que poderá acontecer com esta política chinesa em África.

2007, é o ano que se fala da realização da Cimeira Europa África. Não sei se será satisfatória. A União Europeia não está de acordo com a presença do presidente Mugabe (Zimbabwe), e a União Africana quer fazer presente este Hitler africano...veremo o que poderá sair desta desavença.

Depois de tudo que abordei neste artigo, vê-se pouca actuação dos EUA e da UE nos próximos anos, com a presença da China em África. Termino deixando um recado para a União Europeia... a UE tem de apostar na abertura da política comercial. Acabar com a vergonha da política agrícola da Europa, abrindo caminho para África, exemplo: troca de produtos, como a cana de açucar (com a Guiné Bissau), o café, e tantos outros produtos. Se assim for, isto permite o desenvolvimento natural da economia africana. Os dois continentes ficam a ganhar, e UE pode diminuir as acções da China.
El BV "HAJA PAZ".

SERÁ QUE NOS PAIS TÊM POUCO TEMPO PARA OS SEUS FILHOS?


“Será que os pais têm pouco tempo para filhos? Há que se deve a ausência dos pais para com os filhos?”. Quer duma ou doutra maneira, a resposta estará direccionada ao cepticismo. Segundo a professora portuguesa universitária, Dra. Isabel Leal, psicoterapeuta, “de todos os desabafos a propósito da natureza irritantemente escorregadia do tempo, a mais frequente e culpabilização é a que se refere ao tempo, que não há, para os filhos”…

Na minha opinião, à luz do parecer da Dra. Isabel Leal, é que o mundo de hoje está numa dinâmica tal que não dá para se dedicar num só emprego por razões factores económicos e não só, ou seja, com desmembramento em determinados emprego e muitos dos pais chegam em casa, já cansados com a carga laboral, uns têm um ou dois empregos e outros são estudantes e trabalhadores, e quando chegam a casa encontram os filhos já no oitavo ou no décimo sono (…). E a necessidade dos filhos irem a escola e os pais terem pouco tempo para, somente aos filhos aos fins de semanas, agrava mais ainda a situação visto que este pouco tempo não é suficiente para recuperar a ausência da semana laboral; São poucos os filhos que conseguem perceber que a ocupação do pai deve-se as necessidades económicas mensal da casa, o número elevado de filhos, primos, irmãos/as, adopção, a renda mensal, o crédito bancário entre outras necessidades (…) e poucos pais que se abrem dada as ausências em casa. Em Angola a noção de família foi-se destruindo devido a guerra civil no passado que afectou psicossomaticamente a cada angolano e o cumprimento militar, e os filhos de hoje face as ocupações dos pais ocupam-se com os jogos virtuais/a partir da Internet por influência dos amigos, das informações televisivas, tecnologias da informação e comunicação, boas e más amizades entre outros aspectos.

Outro aspecto importante a realçar no convívio entre pais e filhos, é o estado saudável ou não saudável da relação entre o pai e a mãe, porque nem sempre o lado económico e financeiro determina a ausência dos pais mas sim também irmos mais a fundo da relação amorosa dos pais porque neste meio social em que existe a vivência e a convivência entre indivíduos porque existe um outro dado a ter em conta que existem também aquilo que chamamos de união de facto ou o casamento civil e/ou, muitas vezes este tipo de acto são convencionais ou por decisão dos noivos (…). Outro dado interessante a ter em conta é a mensagem deixada pelo filósofo e político grego Platão no que diz respeito a educação das crianças, Platão refere que a melhor forma de educar a criança é colocá-la numa instituição infantil ou ser acompanhada por uma baba ou ama em casa enquanto os pais vão trabalhar; o que se passa nos dias de hoje é que o maior tempo diário que filhos ficam no infantário ou com as babas ou amas tem sido suficiente para os filhos perderem afectividade aos pais, aqueles pais que ainda encontram os filhos acordados poucos são recebido com pompas e circunstâncias ou seja por falta de saudades dos pais, os filhos já não se levantam para saudá-los e nem sequer vão receber saudosamente as pastas e o saco das compras aos pais.

Contudo, a medida que ia escrevendo este artigo surgiram-me algumas inquietações cujas respostas deixo na responsabilidade de cada leitor, como por exemplo: o que é ser um(a) pai/mãe? O que é ser um filho (a) e as suas responsabilidades? E como é que o Estado tem de intervir na fuga a paternidade ou a maternidade? Quem são os culpados da existência dos seres vivos, os pais ou os filhos? O lado humano ou moral e cívico? O resto das inquietações cada um dos leitores poderá ajudar-me a elaborar. Mas deixo algumas ideias à reter como por exemplo, temos que ter em conta com quem estamos a nos relacionarmos, não confiar a 100% ao seu parceiro (a), amigo (a), desconhecido (a) e familiar, assim lembro-me do que dizia um dos grandes politólogos Tomas Hobbes, o homem é lobo do próprio homem ou seja nas minhas palavras confiar desconfiando ao seu próximo. Para reflectir. Bem aja.

O RESGATE DOS VALORES MORAIS

O dicionário diz-nos que o termo Moral deriva do latim mores “costumes”. A moral tem por objecto o comportamento humano regido por regras e valores morais, que se encontram gravados nas nossas consciências, e não no código, comportamento resultante de decisão de vontade que torna o homem, por ser livre, responsável por sua culpa quando agir contra as regras morais (…).
Na prática social este conceito de moral entra em conflito com o desejo do indivíduo visto que estabelece sérios limites de acção de cada indivíduo. Os valores morais são conceitos que se adquire ao longo da vida “por da interacção social” com base nos ensinamentos que cada indivíduo recebe do sua da família e da comunidade em geral na qual está inserido.
O tempo vai passando e o mundo é cada vez mais dinâmico e não estático. Estamos perante um mundo em que a maior parte dos países apostaram na globalização, na tecnologia da informação e nos princípios democráticos. O lado positivo do dinamismo destes países passa necessariamente pelo respeito dos valores morais e éticos uma vez que estes valores estão inerentes à cidadania. O lado negativo surge quando ou não apostamos na evolução humana e tecnológica ou então se aceitamos ser globalizados e democratizados temos que ser prudentes e não nos deixarmos levar a ponto de não reconhecermos que os princípios morais e éticos estão acima da globalização e democracia, porque o sucesso destas evoluções todas passam antes de mais pelo respeito pelo outro e aceitar as origens de outrem e admitir que todos nós estamos de passagem. Muitas as vezes o que a perda da moralidade é simplesmente pelo de existirem alguns países, culturas e religiões que perante a outros inculcam as suas ideias violarem as suas culturas (tradição, crença, história, costume, etc.). Aí sim, encontramos alguns motivos da perda da moralidade e a ideia que nos vem é: estamos perante a perda de valores. Porquê?
Angola, o país que quase todos os países investidores estrangeiros querem conhecer e estudar o mercado, turistas e não só, não foge da realidade da perda da moralidade. Por isso é que o Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, fez menção no seu discurso de Fim de Ano de 2010 “a preocupação do Resgate dos Valores Morais”. O engraçado, é que era preciso o Presidente da República referir no seu discurso sobre o resgate da moral para alguns governantes e administradores fazerem o mesmo aproveitando “fazer graxas” ao Presidente. Será que se o Presidente não referisse no seu discurso, eles já o teriam feito? Não têm o conhecimento de que neste momento Angola vive de resgates morais? Outro exemplo concreto é o da “tolerância zero”. A estes governantes, administradores e dirigentes denomino-os de preguiçosos mentais pela falta de criatividade retórica política.
Na verdade é urgente o resgate dos valores morais em Angola. Nos dias de hoje vê-se pouca aderência aos rituais angolanos (o vestuário, crença, dança, corte de cabelo, linguagem, etc., imitando a moda da Europa Ocidental, Estados Unidos de América e Brasil). Para além do que acima foi referido, farei mais uma abordagem em dois aspectos importantes onde precisamos de resgatar os valores morais. Na relação pai e filho e vice-versa, e na prática da religião. No primeiro, temos de ver o resgate dos dois lados. Do pai para o filho chama-se Resgate e Aprendizagem: o pai ensina o filho buscando as suas referências educacionais (a educação tradicional, expressões de tipo – olha meu filho, no meu tempo, no meu magistério, os teus avôs e enfim, estas sãos as referências tradicionais). Este princípio enquadra-se no conceito de educação do sociólogo francês Emille Durkhien, de que a educação é uma acção exercida de geração adulta para geração menos amadurecida (…). Do filho para o pai, chama-se Aprendizagem e Resgate: aqui o filho hoje em dia ensina o pai, por exemplo em matérias mais sofisticadas, como consultar a Internet, o uso do multibanco, criar correio electrónico, etc., mas o filho ao ensinar o pai tem que estar baptizado pelos valores básicos ou seja a cultura. No entanto, o enriquecimento entre as duas gerações torna-se uma patente obrigatória caindo assim numa intolerância educacional “professor e aluno e vice-versa”, sendo assim temos que admitir que estamos num mundo de aprendizagem total em que não há mestre absoluto. Mesmo assim eu ainda defendo a existência da disciplina de Educação Moral e Cívica no Ensino Geral e reforçar a educação religiosa em Angola. No segundo plano, entram em jogo duas palavras-chaves: o poder da globalização e a imperatividade da lei da tolerância religiosa, no caso angolano, diz-nos o nº2 do artigo 10º da Constituição da República de Angola diz-nos que o Estado reconhece e respeita as diferentes confissões religiosas, as quais são livres na sua organização e no exercício das suas actividades, desde que as mesmas se conformem à Constituição e às leis da República de Angola e o nº4 do artigo 41º acrescenta que ninguém pode ser questionado por qualquer autoridade acerca das suas convicções ou práticas religiosas, salvo para recolha de dados estatísticos não individualmente identificáveis; estamos perante o princípio da liberdade religiosa. No poder da globalização, o que determina a crença religiosa é o nível de acesso aos diversos midias que chega ao povo “económico”, por exemplo concreto, é o aparecimento recente da Igreja Mundial do Poder de Deus que atinge a população mundial do que as Igrejas tradicionais, usando o melhor meio de comunicação e caro, que é a televisão. Na tolerância religiosa, estamos perante o poder que a lei tem de meter freios ou limites as diversas religiões boas ou más porque a lei permite. O que mais me admira é o facto de que as Igrejas nunca param desde antiguidade de trabalhar sobre o resgate dos valores morais, o que de certa maneira faz com que o tema “Resgate dos Valores Morais” não seja tão recente ou novidades.
Termino com algumas dizeres do Arcebispo de Luanda e Reitor da Universidade Católica de Angola, na celebração Dominica, do dia 1 de Janeiro de 2011 “ano novo”, em Luanda “precisamos de resgatar os valores morais, e que os pais são desempenham o papel fundamental na transmissão destes valores porque os pais têm muito para dar aos filho (…) e se os filhos não seguirem estes ensinamentos, o problema é deles (…). E que a lei angolana ajuda a resolver a problemática dos resgates morais mas não resolve tudo”. É preciso também realçar que a família é o embrião da sociedade, nela encontramos virtudes, pai, mãe, filho (a), modo de vida, o ser de cada um, partilha, defeitos e a séria responsabilidade familiar cai mesmo aos pais em saberem educar os seus filhos e cabe também aos filhos em respeitarem estas responsabilidades, levarem a peito e não confundirem com o mundo globalizado.

O CRISTÃO E A POLÍTICA

Várias abordagens se tem feito sobre a particiapação do cristão na vida política e sobre a própria política, tal como ela é e tal como ela deve ser, desde antiguidade até aos nossos dias. Cientistas políticos e filósofos, como, Aristóteles, Platão, Sócrates, Maquiavel, Thomas Hobbes, Cícero, Jean Jacques Rousseau, Santo Agostinho, S. Tomás de Aquino entre outros, deram um grande contributo na gênese, evolução e permanência do estudo da ciência política. O objecto de estudo universal da política é a arte ou capacidade  que um estadista deve reunir para organizar um sociedade política. E o governanr bem implica respeitar os princípios fundamentais dos direitos humanos e dar a primazia ao regime democrático visto que é até ao momento a democracia nos mostra que é única forma de governo em que o cidadão cristão e o não cristão tem a voz e vez por meio de uma participação activa nas tomadas de decisão do Estado.
A Sociedade Civil deve ser dinâmica e não estática, mas este dinamismo só será possível se levarmos em consideração a célebre frase do filósofo grego Aristóteles de que “o Homem é um animal político político por natureza (...), porque vive em sociedade”. E eu acrescento que tal como a sociedade actual é tão exigente, os cidadãos estão condenados a cumprir as normas e regras que cada Constituição estipular e a viver juntos à todo custo. Se Aristóteles afirma natureza política do ser humano, logicamente, o cristão é chamado a conviver com a política, uma vez que a nossa vida é feita também de políticas e o que difere é onde, como, com quem e para quê fazer a política.
Na minha opinião o importante é saber como relacionar a Fé e a Política, e daí a necessidade urgente de todo o ser humano fazer política. Muitos analistas políticos defendem que existe dois tipos de política. Uma escrita com P maiúsculo (refere-se com política social) e outra com p minúsculo (refere-se com a política partidária). A primeira, diz respeito ao bem comum da sociedade, por exemplo, a organização da saúde mental e física, rede escolar, transportes, saneamento básico, o efeito estufa e os problemas ambientais, justiça, agricultura, choques culturais ou civilizacionais entre outros aspectos. A segunda, diz respeito a luta pelo poder do Estado, a conquistar e a preservação do poder, quer do governo central, quer do governo local. O cidadão é convocado a participar activamente no seu partido, visto que a política partidária tem como referências: ver o programa do partido; ver a intrusão do povo nos programas do partido; ver quem são os candidatos que representam o programa, através das suas propostas e enfim.
O relacionamento da fé e da política, por um lado, passa pelo facto de que a fé tem a ver com Deus e a sua revelação. Mas ela está dentro da sociedade e é uma das criadoras de opinião pública e decisão. Ela, dizia um amigo inesquecivel, é como uma bicicleta, possui duas rodas mediante as quais se torna efectiva na sociedade: a roda da religião e a roda da política. A roda da religião, concretiza-se pela acção, pelas celebrações, pelas pregações e pela leitura das Escrituras. Por esses meios se formam as convicções que estão na base de decisões concretas. A roda da política, a fé se expressa pela prática da justiça, da solidariedade, da denúncia das opressões. Como se vê, a política aqui é sinónimo de ética. Temos que aprender a nos equilibrar em cima das duas rodas para poder andar correctamente. Por outro lado, entre a fé, política e cidadão individual, temos que ter a ideia de que a fé inclui a política, isto quer dizer, um cristão pelo facto de ser cristão, deve se empenhar na justiça e no bem-estar social do seu país e issto aumenta a capacidade de criticar os assuntos do Estado. Entretanto, o cristão deve optar por programas e pessoas que se aproximem o mais possível aquilo que entendeu ser o projecto de Jesus Cristo e de Deus ma história da humanidade. Mas a fé transcende a política, porque a fé refere-se também à vida eterna, à ressurreição da carne, à transformação do universo, algo que nenhuma política social e nenhum partido ou Estado podem prometer. E a religião precisa também de uma orientação política e é urgente despir-se dos tabus de que deixar a política para os políticos (...), a política é para todos nós, basta estar vivo para o enquadramento teórico e prático.~
Por isso, grande parte da actividade política actual, ordena-se a chegar ao poder e uma vez no poder, a promover reeleição. Deforma-se assim, a natureza da política como busca comum do bem comum, tal como referiu Mahatma Gandhi. Par este grande líder, a política é um gesto amoroso para com o povo que se traduz pelo cuidado com o bem-estar de todos os pobres.
Termino dizendo que, a política e o dinheiro andam também de mãos dadas. O dinheiro serve para comprar o necessário para o consumo daquilo que precisamos. O dinheiro serve para economizar. O dinheiro serve para doar (...). É indispensável elaborar uma política individualista e colectivista para manejar tudo aquilo que está ao nosso redor e as oportunidades são diversificadas.

O CONSUMO CONSCIENTE

O consumo consciente é um assunto de carácter importância em detrimento do nascimento do menino Jesus (Natal de 2010). Um nascimento em que nesta altura estamos conscientes das correrias ao super mercado, praças, viagens, roupas novas, novas amizades, novos números de telefone, namorada nova, calçado novo entre outros aspectos que deixam marca na vida enquanto ser social.
Afinal de contas, o que é o consumir conscientemente? Eis a questão do que vimos no recente Natal! A nível económico, a prática diz-nos que o consumo consciente é quando o agente económico está consciente do produto (bens e serviços) que se predispôs a consumir livremente (a responsabilidade enquanto tal está em causa). O dicionário refere que o consumo consciente é um movimento social que baseia no aumento da consciência sobre as decisões das compras no meio ambiente e a saúde e a vida em geral dos consumidores. Ele também está preocupado com os efeitos dos mídias e das propagandas sobre os consumidores. Este conceito tem uma tendência da responsabilidade individual e colectiva. Segundo o fundador da wikipedia Jimmy Wales, o consumo responsável significa adquirir produtos eticamente correctos, ou seja, cuja elaboração não envolva a exploração de seres humanos, animais e não provoque danos no meio ambiente. E isto pode ser feito através das seguintes maneiras: 1. Compras correctas – favorecendo produtos eticamente correctos e realizar negociações baseadas em princípios no bem comum, e não só na satisfação de interesses individuais, permitindo a negociação para o interesse próprio apenas para perpetuar algum bem comum além deste interesse. 2. Boicotes morais – a compras e negociações que vão de encontro à proposta anterior.
No contexto angolano, o consumo consciente é visto duma maneira em que o cidadão consome conscientemente um determinado produto induzido pelo órgão regulado que é o Estado porque o Estado tem sido cada vez mais intervencionista na economia de mercado por causa da eficiência e eficácia, externalidade, equidade e estabilização económica, etc. O exemplo concreto é mesmo aquando da festividade natalícia. A prevenção rodoviária, policiamento de ordem pública, serviços secretos, correria para as compras de presentes, a feitura do bolo, o consumo de bebidas alcoólica e não alcoólica, árvore de natal entre outros. O mais engraçado é que trata-se de um encontro familiar a semelhança de óbitos, doenças e grandes festas (…). Dito isto, suscita-me uma inquietação: noutros momentos onde é as famílias têm estado que se encontram em ambientes de género? Porque é que a boa refeição nalgumas casas são feitas quando se trata do nascimento de Jesus ou o aniversário de um membro da família? O sorriso lindo, a boa indumentária, a verdade e a falsidade no rosto, etc. Não nos esqueçamos que devemos aplicar sobretudo a racionalização económica e financeira porque o Natal acaba por ser uma altura do ano em que os agentes económicos (indivíduos) gastam muito por uma necessidade diminuta sem prever para melhor prover o mês de Janeiro, o famoso mês de carência financeira, e o Estado angolano habituou-nos a isto por isso é que o nosso consumo é mesmo consciente. O que nos levar a pensar assim é o facto de que é no mês de Dezembro em que os funcionários públicos recebem três salários, nomeadamente o salário de Novembro, Dezembro e o décimo terceiro, dado ao atraso salarial que se regista em Angola. Por isso, é preciso ter mão levar a peito aquele princípio do “deixa para lá” quando estamos a efectuar compras de género.

A GESTÃO DO TEMPO

Este é um assunto que muito cidadãos precisam de ter uma mínima ideia o quão custa o desperdício quando se está a realizar um determinado projecto ou plano em que o tempo é um dos elementos determinantes para além dos recursos humanos e técnicos. Daí a célebre frase”o tempo é um recurso escasso”.
Em termos conceituais, a gestão ou simplesmente gerir, é ter a noção, ideia e a capacidade direccionar um projecto cuja  finalidade é num primeiro plano a satisfação pessoal. Toda e qualquer actividade humana requer ter o domínio acima de tudo do tempo, para além de outros condimentos que podem ser úteis, como, o espaço, geografia, história, psicologia, sociologia, etc. A ideia que temos, é que a gestão do tempo consiste na descrição dos processos requeridos para o término ou fim do que se pretende ou se está a fazer, garantindo que o mesmo cumpra com os prazos definidos num cronograma das actividades. E os principais processos desta gestão são: Definições das actividades; Sequência das actividades; Estimativa de recursos das actividades; Estimativa de duração das actividades; Desenvolvimento do cronograma; e Controlo do cronograma (alterações efectuadas no cronograma). Podemos encontrar estes processos em várias nos lares, intituições partidárias, empresariais, namoro, busines, igrejas, ONG´s, universidades, hospitais, administrações, entre outras repartições.
No mundo de negócios e empresas recheadas de produtos, vendas e lucros, o tempo é é visto como recurso mais escasso que permite a eficiência e eficácia dos factores de produção. E no âmbito da gerência ou administração de projectos, quer pessoal, quer colectiva, esta gestão implica um conhecimento, habilidades e técnicas eficientes e eficazes na elaboração das actividades para atingir um conjunto de objectivos num certo prazo, com um certo custo e qualidade através dos recursos humanos e técnicos. Pode-se correr o risco de adiar o sonho de ser um grande empresário por causa da má aplicação do tempo. Existem mais actividades em que é preciso ter a noção do tempo, como, os cortejos fúnebres, casamentos, actividades religiosas, políticas e culturais, estudo em grupo nas universidades, trabalho em equipe nas academias militares entre outras actividades, visto que nos dias de hoje notamos que o mundo está apressado e rodeado de diversas adrenalinas, tudo isso por causa da descarga física e mental que cada está sujeito e é obrigado de efectuar. E cabe as pessoas que estão na frente destas actividades lembrarem-se que para além do que se está a realizar existem outras coisas para se realizar, daí que ninguém pode ficar refém ou preso pela má gestão do tempo. E a boa gestão do tempo é quando o indivíduo satisfaz as suas necessidades mediante o pouco ou o muito tempo que a vida lhe proporciona.
Só assim é que estaremos a pôr em prática a célebre frase de um dos fundadores da economia política, o economista Adam Smith “o trabalho é a fonte real do valor”; o economista queria salientar neste princípio de que a sociedade só valoriza todo e qualquer cidadão que trabalha, porque com o trabalho o agente económico “o cidadão” contriubui na economia de mercado do seu Estado através dos descontos da Segurança Social, o IRT entre outros descontos. O contraste deste princípio é que quem não trabalha e por agravante é marginal este indivíduo é fútil na sociedade moderna.
A par de toda esta abordagem a volta da má gestão do tempo surgem-nos várias inquietações e que nos levam a pensar seriamente que é preciso evitar dizer as pessoas que eu não tenho tempo para nada e nem sequer para mim. E quando isso acontece, a melhor resposta para se dar a alguém que diz não ter tempo, consiste em arranjar alternativa para este tempo, já que a solução não depende de ti (…).

A POLIOMIELITE DO AMOR

Chamo de poliomielite do amor porque é um assunto que está constantemente connosco desde à nascença. Basta estar vivo para se amar alguém ou um objecto e ser amado, porque o contrário deixa muito a desejar! O amor é vida e os vivos de hoje tornam mais polémico o amor, tal como as sucessivas vacinas da poliomielite que as nossas crianças dos 0 aos 5 anos de idade têm apanhado.
Para melhor compreensão da poliomielite do amor vamos definir a prior o amor. O dicionário diz-nos que o termo amor tem vários significados. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atracção, apetite, desejo, libido, etc. Na verdade existem vários conceitos do amor mas o que vai de acordo com a temática em causa, é o de que o amor consiste num envolvimento, de uma maneira geral, na formação de um vínculo emocional com alguém de sexo oposto ou do mesmo sexo, ou com algum objecto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação. Actualmente este conceito foi sofrendo alteração devido a ambição, a ganância, o interesse, o egoísmo e a traição, tal como refere Santo Agostinho sobre a concepção da natureza humana. Um amor tipicamente platónico. O amor platónico trata-se duma interpretação da filosofia de Platão, é uma expressão usada para desligar um ideal, alheio a interesses ou gozos (…). Um amor-perfeito, ideal, puro, casto. Ou seja, um amor em que o amante busca no amado a Ideia-verdade essencial – que não possui. O amor em Platão não condena o sexo, ou as coisas da vida material.
Susan Henrdrick e Clyde Hendrick apegam-se na teoria de Alan John Lee, teoria chamada estilos de amor, Lee identificou sete tipos básicos de amor que as pessoas usam nas suas relações interpessoais: 1. Eros – um amor apaixonado fundamentado e baseado na aparência física; 2. Psique – um amor espiritual, baseado na mente e nos sentimentos; 3. Ludus – o amor que é jogado como jogo; amor de brincadeira; 4. Storge – um amor afectuoso que se desenvolve lentamente, com base em similaridade; 5. Pragma – amor pragmático, que visualiza apenas o momento e a necessidade temporária, do agora; 6. Mania – amor altamente emocional, instável, o estereótipo do amor romântico; 7. Agape – amor altruísta e espiritual.
O mais engraçado em torno da poliomielite do amor, existe um outro dado interessante, aquilo que os economistas chamam de “economia de mercado” e podemos fazer uma articulação ao relacionamento amoroso nos dias de hoje. Quanto mais um cidadão possuir um bom charme, um jipe de cinco estrelas, primar pela indumentária, higiene, saber conquistar uma cachopa, estudioso ou estudado e enfim, tem o meio caminho andado para conquistar e manter ou preservar uma relação amorosa. Nesta ordem de ideia, lembro-me das palavras do politólogo Maquiavel “fácil é conquistar o poder e o mais difícil é preservar o poder conquistado”, o mesmo vimos nas relações amorosas, podemos considerar que o amor também é um poder de persuasão (…).
O comportamento no amor dos jovens actuais está cada vez mais assustador, porque muitos destes jovens estão imbuídos na ilusão (não saber imitar as cenas das telenovelas, pouca reflexão, a falta de ocupação leva-os a sentar nos muros a controlarem e chamarem as garotas, gravidez precoces, a não aderência aos princípios da religiosidade, a fuga aos compromissos conjugais, etc.).
Sem mais de longa e sem ter medo de errar, vejo que o amor é uma escolha! Uma escolha desde a beleza, a posição social e familiar, a cor da pele, inteligência da pessoa em que se pretende ter como parceiro (a). Ao contrário da noção de amor do tempo dos nossos pais. Esta escolha no amor e na paixão envolve também um sonho e pensamento limitado ou seja consoante as suas condições sociais, físico e mentais. Mas o recado que eu deixo é o de que enquanto o sonho for grátis, caro leitor vá sonhando mas atenção não te esqueça que um dia poderás pagar imposto por sonhar tanto! Aí sim, o incansável leitor não quererá dormir, não é? Sem mentiras. Viva o Amor.

AUSÊNCIA DE ÉTICA NA VIDA DE ALGUNS PROFISSIONAIS ANGOLANOS

O dicionário diz-nos que a Ética parte da filosofia em que se estuda os princípios, fundamentos e sistemas da moral, tratados dos deveres; e a Ética é a vida profissional. Esta matéria compõe normas que regem as relações entre as pessoas, profissionais entre si e com os seus pacientes.

A Ética profissional tem sido nos últimos tempos muito falada e discutida dentro de algumas sociedades e a sociedade angolana não fica de parte tudo por causa dos vários tipos de problemas sociais ligados aos trabalhadores executados por profissionais de diversas áreas (profissionais da sociologia, da economia, da política, da psicologia, da engenharia, de direito entre outras áreas do saber) e até ao momento os órgãos da comunicação social têm divulgado estes problemas sociais como, o elevado índice nalgumas instituições públicas (certos casos de policiais corruptos, políticos que por causa da ganância e ambição no poder trazem grandes prejuízos para a sociedade, salários miseráveis nuns sectores e excelentes para outros, saneamento básico precário, um crescimento económico que não se traduz no Indicador do Desenvolvimento Humano/IDH, sistema de saúde menos aceitável entre outros problemas, que carecem a maior conduta dos políticos, empresários) e até mesmo dos funcionários públicos que muitas das vezes denigrem a imagem do ser humano e isto cria um constrangimento público e privado inevitável.

A falta de Ética na vida de muitos profissionais angolanos leva-os a praticarem acções que desabam uma boa conduta técnico e profissional, ferindo o património do Estado, trazendo à natureza social cuja a reparação fica aquém da realidade, a quebra de valores ético e moral, o desporto ao ser humano/uma acção que prejudica o seu próximo e em muitos os casos estes profissionais não reflectem os seus actos (…).

A Ética profissional comporta normas estabelecidas, e cabe ao Estado contribuir na informação e formação dos seus cidadãos por meio de associações profissionais e cabe aos cidadãos saberem recebê-las. A Ética também passa necessariamente por uma boa base de educação familiar. Uma vez cumpridas as regras da Ética temos o meio caminho andado para uma sociedade organizada e inclinada para um bem colectivo.

A par do que já referimos, um outro dado interessante é aquilo que chamamos de quebra de fronteira ou simplesmente a Globalização, que por sua vez acarreta alguns aspectos negativos, como o efeito estufa e os seus efeitos no planeta, a preguiça mental no mundo académico e muito mais, para além dos pontos positivos que facilmente detectamos (…).

Segundo Francisco de Assis dos Santos[1] a Ética reflecte o que você é dentro de você, para você e o seu próximo, portanto cultive em você atitudes, que reflictam uma pessoa que é um ser humano, que pode ser reconhecido como ser humano, que pensa no que vai fazer. O mesmo autor faz referência da seguinte frase latina: mundus est omnium – o mundo é a pátria de todos.

Dr. Benvindo Luciano
Email: benvindoluciano@yahoo.com



[1] Perito Judicial Brasileiro com Serviços Prestados a Justiça do Trabalho, Justiça Civil e Justiça Federal.