quarta-feira, 30 de novembro de 2011

SERÁ QUE NOS PAIS TÊM POUCO TEMPO PARA OS SEUS FILHOS?


“Será que os pais têm pouco tempo para filhos? Há que se deve a ausência dos pais para com os filhos?”. Quer duma ou doutra maneira, a resposta estará direccionada ao cepticismo. Segundo a professora portuguesa universitária, Dra. Isabel Leal, psicoterapeuta, “de todos os desabafos a propósito da natureza irritantemente escorregadia do tempo, a mais frequente e culpabilização é a que se refere ao tempo, que não há, para os filhos”…

Na minha opinião, à luz do parecer da Dra. Isabel Leal, é que o mundo de hoje está numa dinâmica tal que não dá para se dedicar num só emprego por razões factores económicos e não só, ou seja, com desmembramento em determinados emprego e muitos dos pais chegam em casa, já cansados com a carga laboral, uns têm um ou dois empregos e outros são estudantes e trabalhadores, e quando chegam a casa encontram os filhos já no oitavo ou no décimo sono (…). E a necessidade dos filhos irem a escola e os pais terem pouco tempo para, somente aos filhos aos fins de semanas, agrava mais ainda a situação visto que este pouco tempo não é suficiente para recuperar a ausência da semana laboral; São poucos os filhos que conseguem perceber que a ocupação do pai deve-se as necessidades económicas mensal da casa, o número elevado de filhos, primos, irmãos/as, adopção, a renda mensal, o crédito bancário entre outras necessidades (…) e poucos pais que se abrem dada as ausências em casa. Em Angola a noção de família foi-se destruindo devido a guerra civil no passado que afectou psicossomaticamente a cada angolano e o cumprimento militar, e os filhos de hoje face as ocupações dos pais ocupam-se com os jogos virtuais/a partir da Internet por influência dos amigos, das informações televisivas, tecnologias da informação e comunicação, boas e más amizades entre outros aspectos.

Outro aspecto importante a realçar no convívio entre pais e filhos, é o estado saudável ou não saudável da relação entre o pai e a mãe, porque nem sempre o lado económico e financeiro determina a ausência dos pais mas sim também irmos mais a fundo da relação amorosa dos pais porque neste meio social em que existe a vivência e a convivência entre indivíduos porque existe um outro dado a ter em conta que existem também aquilo que chamamos de união de facto ou o casamento civil e/ou, muitas vezes este tipo de acto são convencionais ou por decisão dos noivos (…). Outro dado interessante a ter em conta é a mensagem deixada pelo filósofo e político grego Platão no que diz respeito a educação das crianças, Platão refere que a melhor forma de educar a criança é colocá-la numa instituição infantil ou ser acompanhada por uma baba ou ama em casa enquanto os pais vão trabalhar; o que se passa nos dias de hoje é que o maior tempo diário que filhos ficam no infantário ou com as babas ou amas tem sido suficiente para os filhos perderem afectividade aos pais, aqueles pais que ainda encontram os filhos acordados poucos são recebido com pompas e circunstâncias ou seja por falta de saudades dos pais, os filhos já não se levantam para saudá-los e nem sequer vão receber saudosamente as pastas e o saco das compras aos pais.

Contudo, a medida que ia escrevendo este artigo surgiram-me algumas inquietações cujas respostas deixo na responsabilidade de cada leitor, como por exemplo: o que é ser um(a) pai/mãe? O que é ser um filho (a) e as suas responsabilidades? E como é que o Estado tem de intervir na fuga a paternidade ou a maternidade? Quem são os culpados da existência dos seres vivos, os pais ou os filhos? O lado humano ou moral e cívico? O resto das inquietações cada um dos leitores poderá ajudar-me a elaborar. Mas deixo algumas ideias à reter como por exemplo, temos que ter em conta com quem estamos a nos relacionarmos, não confiar a 100% ao seu parceiro (a), amigo (a), desconhecido (a) e familiar, assim lembro-me do que dizia um dos grandes politólogos Tomas Hobbes, o homem é lobo do próprio homem ou seja nas minhas palavras confiar desconfiando ao seu próximo. Para reflectir. Bem aja.

1 comentário:

  1. Apraz-me fazer um comentário em torno desta grande reflexão que hoje por hoje, é um fenómeno, isto é, é um problema que apoquenta o mundo...Porquê os pais não têm tempo pra os filhos?Esta pergunta me faz voltar um pouco no tempo e dizer que depois da Segunda Guerra Mundial, terminada em 1945, surgiu um conceito que muito rápido se espandiu pelo mundo e tornou-se vulgar que era o conceito de ''Pai Ausente'', tudo porque a Segunda Grande Guerra, tinha devastado o mundo e separado muitos pais dos seus filhos...Hoje, o conceito de ''Pai Ausente'' já não é visto nesta perspectiva porque muitos factores convergem para que os pais de hoje afirmem ou mostrem que não têm tempo para os seus filhos e que são vários dos quais aponto os seguintes:
    1º O FACTOR SEPARAÇÃO - que coloca muitas vezes os ex casais em disputa para a guarda dos filhos, o que em muitos casos leva um ou outro a distanciarem os filhos quer do pai quer da mãe...mas este não é muito relevante pra os tempos modernos.
    2º O FACTOR EMPREGO - este na verdade, como disse o DR.Benvindo Luciano e muito bem no seu Artigo, tem sido um grande entrave entre pais e filhos, colocando-os numa distância um tanto ou quanto abismal, mesmo vivendo no mesmo teto...logicamente que trabalhar é muito importante porque dará um certo garante para o bem estar da família e não só...mas às vezes ou muitas vezes o trabalho tem distanciado muitos pais da convivência com os filhos, do diálogo ameno e atento dos pais para com os filhos de maneiras a ouvirem as suas preocupações, os seus anseios, as suas espectativas, e assim não sendo, os filhos acabam aprendendo muitas coisas com os amigos e que muitas vezes não são boas.
    A falta de tempo dos pais para com os filhos, em minha opinião, tem provocado um maior número de crianças rebeldes, desatentas, indisciplinadas porque muitas vezes os pais nem até sabem com quem os filhos ou as filhas estão andando e isto é muito mau...

    Valeu
    Sempre o Efebo
    Adilson Benjamim Chissapa Savite

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