O
dicionário diz-nos que a fofoca/boato são notícias que uma pessoa conta para
outra, contando factos distorcidos (e na sua maioria aumentando no que ouviu,
ou, não verdade, tira conclusões de algumas palavras que ouviu).
A
fofoca é qualquer como, uma hipótese baseada em dados que deturpam a mente
humana, deficientes, incomodativos, destruidores e com um pendor recheado de
falsidades, como: ver alguém a passar, dançar, andar, sorrir, falar, beber,
dormir e muitos concluem que o fulano ou cilcrano está a partilhar um assunto
com alguém. E sem querer querendo, lá se vai a história em acontecimentos ou
acções minúsculas: um olhar, um vestir, um piscar de olhos, uma saudação, um
brincar, um passar, um sorriso, um piropo, um deslizar, um acabrunhar, um
postular, um falar, um andar, a moda de vestir, entre outros aspectos que
desperta a atenção de quem quer levar a informação deturpada.
Vejamos
também que a fofoca é um poço e túmulo de reações e contradições dos factos. As
pessoas fazem, desfazem e fofocam mesmo acreditando que não deveriam fazê-lo.
Parecendo que não, a fofoca pode proteger e destruir a reputação de uma pessoa
e as que tiverem a sua volta. Moral da história, a fofoca estabelece um laço
entre duas pessoas que se encontram a trair a confiança uma terceira (…). Quem
fofoca demasiadamente vê-se que poder ficar com fama de não ser digno de
confiança.
Eis
as suas consequências da fofoca: Por
mais que a verdade seja dita, temos que reconhecer e aceitar que a fofoca tem
feito parte da vida bem ou mal de muitas pessoas. Tem destruído a confiança e
espalha boatos que em muitos casos são mentiras e acaba por trazer malandragens
e estragos de enormes proporções. Para tal, é preciso sabermos que entre outras
situações envolventes da fofoca/boato, que a parte mais ruim é descobrir que as
pessoas em que tu depositas a sua confiança se envolve nesse tipo de coisas…
Cada um de nós acredito que já passou por essa situação e na esperança de
voltar a passar pela ingratidão de certas pessoas que depositamos a confiança.
Tudo me leva a crer que a fofoca faz parte da humanidade desde os tempos
remotos.
Por
exemplo, a história mostra-nos o lado antigo da fofoca:
·
A rainha inglesa Elizabeth I, foi intenso
alvo de fofocas entre 1560 e 1570, afirmou o historiador Bernard Capp da
Universidade de Warwich, no Reino Unido. “Ela tem um caso? Está grávida? Teve
um filho legítimo? Estes boatos eram comuns entre os ingleses;
·
O facto de Michelangelo, o genial pintor
renascentista, ter matado um sujeito para estudar a anatomia do seu corpo;
·
O alemão Johaneses Brahmas estrangular
gatos para reproduzir seus gritos em trechos de sinfonia;
·
No século I, a rainha egípcia Cleópatra e
seu amanta romano Marco António, António acreditou e enfiou uma faca na própria
barriga;
·
Nas vésperas da Revolução Francesa corriam
boatos de que a rainha Maria Antonieta, de França, deitava com outros homens,
como o Cardeal Edonard e o soldado e diplomata sueco Alex Fender. (Esta
história aos olhos da população, comprovavam a decadência da monarquia. E foi a
luta pelo fim dela um dos motivos da revolução que eclodiu na época – e que
acabou com o rei e a rainha guilhotinados);
·
Um século depois, quando os russos
começaram a ouvir boatos sobre a vida sexual do Czar Nicolau II e de sua esposa
Alexandra. A versão mais maliciosa insinuava orgias entre o Czar, a esposa, sua
dama de companhia e seu conselheiro Rasputin. Mesmo sem ter a veracidade
comprovada, as fofocas ajudaram a desmoralizar os monarcas, que seriam
destituídos do poder em Fevereiro de 1917. Oito meses depois, estouraria a
Revolução Bolchevique – e a Rússia nunca mais teria czares.
A
realidade nos mostra que vivemos num mundo de bastante fofocas, persuasão e
fofocas, tudo por causa das falsas mentiras, falsas verdades e principalmente
verdades e consequências.
Contudo,
são várias abordagens e perspectivas a volta da fofoca e do boato, cujo
resultado é benéfica para alguns e insatisfatória para outros. Nem todos têm a
capacidade de analisar e interpretar a
economia de medo na linguagem do
cientista político inglês Thomas Hobbes e a faculdade de gestão de crise do
estar a vontade. No final se verifica a derrota e vitória tal como nos ensina a
teoria do jogo. Respeitar os princípios da dignidade da pessoa humana e o
cumprimento das normas e regras da sociedade, são aconselháveis como receitas
médicas e medicamentosas para uma boa saúde física, mental e óptima conduta
entre os indivíduos.
Sempre
a considerar,
Mestre
Benvindo Luciano
Sociólogo
e Docente Universitário
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