sábado, 10 de janeiro de 2015

FOFOCA E BOATO: DISTANCIAMENTO E APROXIMAÇÃO? E SUAS CONSEQUÊNCIAS

O dicionário diz-nos que a fofoca/boato são notícias que uma pessoa conta para outra, contando factos distorcidos (e na sua maioria aumentando no que ouviu, ou, não verdade, tira conclusões de algumas palavras que ouviu).
A fofoca é qualquer como, uma hipótese baseada em dados que deturpam a mente humana, deficientes, incomodativos, destruidores e com um pendor recheado de falsidades, como: ver alguém a passar, dançar, andar, sorrir, falar, beber, dormir e muitos concluem que o fulano ou cilcrano está a partilhar um assunto com alguém. E sem querer querendo, lá se vai a história em acontecimentos ou acções minúsculas: um olhar, um vestir, um piscar de olhos, uma saudação, um brincar, um passar, um sorriso, um piropo, um deslizar, um acabrunhar, um postular, um falar, um andar, a moda de vestir, entre outros aspectos que desperta a atenção de quem quer levar a informação deturpada.
Vejamos também que a fofoca é um poço e túmulo de reações e contradições dos factos. As pessoas fazem, desfazem e fofocam mesmo acreditando que não deveriam fazê-lo. Parecendo que não, a fofoca pode proteger e destruir a reputação de uma pessoa e as que tiverem a sua volta. Moral da história, a fofoca estabelece um laço entre duas pessoas que se encontram a trair a confiança uma terceira (…). Quem fofoca demasiadamente vê-se que poder ficar com fama de não ser digno de confiança.
Eis as suas consequências da fofoca: Por mais que a verdade seja dita, temos que reconhecer e aceitar que a fofoca tem feito parte da vida bem ou mal de muitas pessoas. Tem destruído a confiança e espalha boatos que em muitos casos são mentiras e acaba por trazer malandragens e estragos de enormes proporções. Para tal, é preciso sabermos que entre outras situações envolventes da fofoca/boato, que a parte mais ruim é descobrir que as pessoas em que tu depositas a sua confiança se envolve nesse tipo de coisas… Cada um de nós acredito que já passou por essa situação e na esperança de voltar a passar pela ingratidão de certas pessoas que depositamos a confiança. Tudo me leva a crer que a fofoca faz parte da humanidade desde os tempos remotos.
Por exemplo, a história mostra-nos o lado antigo da fofoca:
·         A rainha inglesa Elizabeth I, foi intenso alvo de fofocas entre 1560 e 1570, afirmou o historiador Bernard Capp da Universidade de Warwich, no Reino Unido. “Ela tem um caso? Está grávida? Teve um filho legítimo? Estes boatos eram comuns entre os ingleses;
·         O facto de Michelangelo, o genial pintor renascentista, ter matado um sujeito para estudar a anatomia do seu corpo;
·         O alemão Johaneses Brahmas estrangular gatos para reproduzir seus gritos em trechos de sinfonia;
·         No século I, a rainha egípcia Cleópatra e seu amanta romano Marco António, António acreditou e enfiou uma faca na própria barriga;
·         Nas vésperas da Revolução Francesa corriam boatos de que a rainha Maria Antonieta, de França, deitava com outros homens, como o Cardeal Edonard e o soldado e diplomata sueco Alex Fender. (Esta história aos olhos da população, comprovavam a decadência da monarquia. E foi a luta pelo fim dela um dos motivos da revolução que eclodiu na época – e que acabou com o rei e a rainha guilhotinados);
·         Um século depois, quando os russos começaram a ouvir boatos sobre a vida sexual do Czar Nicolau II e de sua esposa Alexandra. A versão mais maliciosa insinuava orgias entre o Czar, a esposa, sua dama de companhia e seu conselheiro Rasputin. Mesmo sem ter a veracidade comprovada, as fofocas ajudaram a desmoralizar os monarcas, que seriam destituídos do poder em Fevereiro de 1917. Oito meses depois, estouraria a Revolução Bolchevique – e a Rússia nunca mais teria czares.

A realidade nos mostra que vivemos num mundo de bastante fofocas, persuasão e fofocas, tudo por causa das falsas mentiras, falsas verdades e principalmente verdades e consequências.
Contudo, são várias abordagens e perspectivas a volta da fofoca e do boato, cujo resultado é benéfica para alguns e insatisfatória para outros. Nem todos têm a capacidade de analisar e interpretar a economia de medo na linguagem do cientista político inglês Thomas Hobbes e a faculdade de gestão de crise do estar a vontade. No final se verifica a derrota e vitória tal como nos ensina a teoria do jogo. Respeitar os princípios da dignidade da pessoa humana e o cumprimento das normas e regras da sociedade, são aconselháveis como receitas médicas e medicamentosas para uma boa saúde física, mental e óptima conduta entre os indivíduos.

Sempre a considerar,
Mestre Benvindo Luciano

Sociólogo e Docente Universitário

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